Um dos maiores discos do Heavy Metal comemora 26 anos desde o seu lançamento em 91. Metallica e seu Black Album foi um divisor de águas na cena pesada devido ao andamento cadenciado de algumas de suas músicas – sendo que duas delas eram baladas – mudando totalmente a direção que a banda vinha com discos altamente técnicos e de estruturas complexas.
Para os mais puristas, a sonoridade clean da produção do Black Album meio que fizeram-nos torcer o nariz, e que o Metallica tinha acabado no álbum branco – mais conhecido como And Justice For All. E uma outra parte de fãs sentencia que Metallica é o que é graças ao genial e saudoso Cliff Burton.
Opiniões à parte, o álbum preto é acima de tudo um estrondoso sucesso comercial com mais de 22 milhões de cópias vendidas.
Musicalmente falando, o disco se resume a uma palavra, peso.
Sad But True que o diga, a segunda faixa do disco, porém o álbum começa com Enter Sandman, faixa que virou o primeiro clipe da banda e foi como um soco na boca do estômago na época com o video viralizando em todas as TVs do mundo através da exaustiva massificação da MTV. Tirando isso, a música tem todos os elementos de uma faixa de sucesso. Riff simples porém cativante, bateria de Lars Ulrich com uma sonoridade pesada e refrão que gruda na cabeça. A urgente Hollier Than Thou chega e eleva a adrenalina, justamente para preparar o espírito para a próxima faixa, a balada The Unforgiven, que traz uma letra introspectiva e gera até um clima de certa melancolia. Wherever I May Roam, uma das faixas a ser single, cria uma atmosfera oriental no começo e nos brinda com outro refrão cativante. A cadência de Don’t Tread On Me é um respiro para uma das faixas que mais gosto desse disco, Through The Never. Começa com um riff imediato se alternando com cadências na estrutura da música, aliás, aos 02:53, me fez lembrar o And Justice For All por poucos segundos. Nothing Else Matters é a segunda balada do disco bem mais acessível em relação à The Unforgiven, mas isso não quer dizer que ela seja ruim, muito pelo contrário, e de certa forma podemos ouvir um lado mais melódico da voz de James Hetfield. Of Wolf And Man com seu andamento cadenciado e pesado sem ser lento – ótimo solo de Kirk Hammett. The God That Failed com sua maravilhosa introdução de baixo de Jason Newsted traz mais cadência ao disco. My Friend Of Misery é até uma meio-balada com ar carrancudo e introspectiva. The Struggle Within fecha o disco numa vibe mais agitada. Apesar da gravação turbulenta e da produção de Bob Rock, temos aqui um disco poderosíssimo mostrando uma nova faceta da banda, que mesmo com a perda do genial Cliff Burton não teve medo de alçar novos horizontes musicais errando e acertando mas pelo menos sem deixar de criar e fazer música. Vida longa ao Metallica!
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